Mês: abril 2019
Projeto Quintal Social cria espaço de lazer para moradores de Caçador
Há muitos anos, os moradores do bairro Santa Catarina, na cidade de Caçador, não frequentavam mais a área comunitária do bairro. Isso porque o espaço, ocioso e em desuso, já não era visto pelos moradores como um local de lazer e convivência. A construção se situava na região mais carente do bairro e, além do edifício principal, contava com uma área de uso comum com campo para práticas esportivas e parque infantil.
Pensando nisso, a Prefeitura Municipal, em parceria com os moradores da região, propôs, em 2017, a revitalização e requalificação do edifício, que já chegou a abrigar uma creche e posteriormente um programa de hortas comunitárias. Atendendo a solicitações, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Caçador — IPPUC, juntamente com a Secretaria de Educação, realizou um reconhecimento do local e análise das condições da estrutura da edificação para redefinir o uso do espaço.
O Quintal Social de Caçador, título do projeto, se dará através da elaboração de um projeto arquitetônico de cunho social para a promoção de ações culturais, educativas, lúdicas e atividades físicas. Ainda em construção, o espaço contará com oficinas de dança, música, canto, contação de histórias, projetos de formação ou capacitação profissional, além de desenvolver um ambiente que fortaleça o desenvolvimento social local, como uma cozinha coletiva.
O projeto, totalmente custeado pela prefeitura, atinge um público de aproximadamente dois (2) mil habitantes. Ele é assinado pela arquiteta e presidente do IPPUC, Karina Pompermayer, e pelo designer Alexandre Schemacher: “Na sua grande maioria, estas pessoas não poderiam custear as atividades ofertadas, constituindo-se em uma oportunidade de inclusão social e cultural muito representativa”, relata Pompermayer.
Estão abertas as inscrições para o 6º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel. A premiação contempla trabalhos arquitetônicos contemporâneos, buscando projetos que dialoguem com o panorama brasileiro atual e que levem em conta o comprometimento com a sustentabilidade, bem como a criatividade do projeto e da construção.
O Prêmio está dividido em duas categorias:
Profissionais: Arquitetos com obras construídas
Universitários: Estudantes de arquitetura com projetos não construídos e que estejam relacionados aos temas revitalização, requalificação e renovação.
Os projetos selecionados ganham exposição no Instituto Tomie Ohtake e os premiados recebem viagens internacionais e estágio em escritório de arquitetura. As inscrições (gratuitas) devem ser feitas online, de 05 de abril a 09 de maio de 2019, pelo site, no qual há informações completas sobre a premiação.
Artigo da coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SC sobre EaD
Gabriela Morais reafirma decisão do CAU/BR em recusar registros para alunos egressos do ensino à distância
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil nasceu em 2012 com o intuito de dar maior autonomia e representatividade para a profissão. Como autarquia federal, possui a função de “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de arquitetura e urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe em todo o território nacional, bem como pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício da arquitetura e urbanismo”, segundo estabelece o parágrafo 1º do Art. 24 da Lei 12.378/2010, que criou o conselho e regulamentou o exercício da profissão.
Uma das prerrogativas do CAU/SC, como exposto por nossa presidente, Daniela Sarmento, é a de se empenhar na consolidação do reconhecimento do profissional da arquitetura e urbanismo como agente estratégico a serviço da transformação do espaço urbano em suas diferentes escalas e dimensões.
A Comissão de Ensino e Formação de Santa Catarina – CEF/SC, consonante à função principal deste Conselho e ainda à missão de fomentar e fortalecer a arquitetura e urbanismo, posiciona-se contrariamente à oferta de cursos de graduação na modalidade Educação à Distância (EAD) e manifesta sua preocupação em relação à tal prática.
Estando de acordo com a deliberação do CAU/BR em negar o registro profissional de bacharéis formados em cursos EaD, buscamos esclarecer o posicionamento dessa comissão.
Consideramos o EaD uma estratégia para ampliar o acesso à Educação Formal e ainda promover maior inclusão da população distante dos grandes centros ou ainda com recursos financeiros limitados, o que dificulta o acesso às Universidades. Enxergamos o avanço dessa modalidade como algo positivo quando representa, de fato, melhoria na qualidade de vida da população através da promoção de ensino de qualidade e que respeite as particularidades de cada área.
Em relação ao ensino da Arquitetura e Urbanismo, por diversas vezes o CAU/BR manifestou-se contrário a inúmeros processos de autorização, reconhecimento e renovação dos cursos no país, sem que houvesse tido qualquer planejamento a respeito de sua distribuição territorial, de acordo com demandas reais desse profissional. Tais manifestações têm sido repetidamente ignoradas.
No tocante à Arquitetura e Urbanismo, prezamos por condições adequadas para um ensino de qualidade. Tais condições passam por diretrizes como relação entre número de aluno/professor para atividades de ateliê – próprias das atividades de ensino de projeto e até mesmo da profissão –, atividades de laboratórios e de campo, mas principalmente pela construção colaborativa e experimental do conhecimento. Essa última é possível quando há a vivência, a troca, a participação em conjunto, as visitas às obras, a prática do canteiro. Essas não são questões postas como desejos dessa Comissão, mas sim elementos a serem inseridos nos cursos, expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo.
Não foi apresentada, até o momento, maneira adequada de propiciar tal experiência – fundamental para a formação do profissional arquiteto e urbanista – para os alunos do EaD.
A profissão exige a articulação de conhecimentos distintos na proposta de projetos ambientalmente adequados, economicamente viáveis, socialmente justos e culturalmente aceitos. Por isso somos da área das Ciências Sociais Aplicadas. Exige a prática do argumento e da construção coletiva quando temos o papel de gerenciar projetos – de seu desenvolvimento até sua implantação e gestão -, compatibilizando a concepção do espaço com a solução estrutural, a eficiência energética, a automação e tantas outras facetas propostas à obra arquitetônica e urbana final. Tal prática exige o poder de argumentação, aprendido e praticado no convívio. Assim reiteramos: até o momento não foi apresentada forma adequada para desenvolver tais habilidades à distância.
Consideramos imprescindível a conversação e troca professor/aluno e aluno/aluno no ambiente de ensino/aprendizagem e suas atividades práticas de ateliê, para a formação de profissionais preparados para o enfrentamento de problemas reais e cada vez maiores de nossas cidades. O sucateamento do Ensino Superior Brasileiro só agiganta essa necessidade e nos obriga a considerar o ensino presencial como única alternativa.
O EaD como ferramenta complementar à formação presencial é singular ao propiciar contato com profissionais reconhecidamente relevantes em suas áreas, e ainda conteúdos produzidos em outras instituições e até mesmo em outros países. Por isso estão previstas em normativas como a 9057, de 25 maio de 2017, e as Portarias Normativas do MEC nº 2, de 10 de janeiro de 2007, e nº 1134, de 10 de outubro de 2016. É desejado o uso de novas tecnologias e métodos de ensino quando efetivamente representam avanços na formação, o que não é o caso posto em questão.
Assim, expomos aos membros de nossa categoria e, sobretudo, à sociedade que não concordamos e nos colocamos totalmente contrários ao Ensino à Distância enquanto modalidade de ensino da Arquitetura e Urbanismo, por não reconhecermos nesta os meios necessários para formação de profissionais hábeis para o desenvolvimento de atividades tão complexas.
A ação é conjunta aos demais conselhos federais e busca garantir que o profissional arquiteto e urbanista brasileiro continue a colaborar com a construção de melhores cidades e uma melhor qualidade de vida dos cidadãos.
Seguimos em nossas ações para a melhoria do ensino de Arquitetura e Urbanismo em Santa Catarina e buscando contribuir para reverberar em todo o território brasileiro.
Gabriela Morais é Arquiteta e Urbanista e coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/SC
Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados publica relatório
As ações da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados ao longo do ano de 2018 estão documentadas no relatório anual, publicado recentemente pela casa legislativa. Com o tema “Participação Social e o Direito à Cidade”, o documento detalha os acontecimentos nas áreas de mobilidade, habitação, saneamento e parcerias que viabilizaram discussões no contexto das cidades. Muitas delas contaram com a participação do CAU. A publicação está disponível on-line em formato digital para a acompanhamento e fiscalização das ações legislativas.
Para acessá-la, clique aqui
UNOPS e ONU Mulheres lançam campanha sobre infraestrutura para igualdade de gênero
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e a ONU Mulheres no Brasil lançaram no dia 26 de março a campanha digital “Mulheres na Infra, Infra para Mulheres”, nas plataformas Facebook, LinkedIn e Instagram. O objetivo da ação é chamar a atenção para a atuação de mulheres profissionais na área de infraestrutura e informar sobre como o investimento nessa área pode contribuir para promover a igualdade de gênero.
De acordo com as duas organizações do Sistema das Nações Unidas, a campanha tem duração prevista de um ano, com posts publicados semanalmente. Serão postadas fotos de mulheres que atuam na área de infraestrutura e informações sobre sua trajetória profissional. O objetivo é contribuir para que mais mulheres percebam as possibilidades de atuação nessa área.
De acordo com a representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, a maioria dos cargos técnicos nas áreas de engenharia e arquitetura do UNOPS no país são ocupados por mulheres. Porém, ela lembra que, nas universidades, as mulheres representam menos de 28% do total de alunos matriculados nas engenharias (de produção, civil e industrial) e em tecnologia, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
“Queremos que mais mulheres percebam que a área de infraestrutura também é para elas, por isso, criamos a campanha em parceria com a ONU Mulheres”, afirma a representante.
Claudia explica ainda que uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas – é aumentar o uso de tecnologias para promover o empoderamento das mulheres. “Esta campanha contribui exatamente para isso, empoderando mulheres para que busquem mais trabalhos na área de infraestrutura”, finaliza ela.
Além disso, a campanha também tratará da infraestrutura para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, contribuindo para que se circulem mais informações sobre o tema.
“Investimentos em infraestrutura que levem em consideração as necessidades e as vidas das mulheres podem ter um impacto positivo na autonomia das mulheres e na promoção da igualdade de gênero”, diz a representante interina de ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino.
“Uma infraestrutura pensada para a igualdade de gênero é fundamental para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados à igualdade de gênero, erradicação da pobreza, saúde e bem estar, redução das desigualdades, trabalho decente e adaptação à mudança climática”, explica a representante de ONU Mulheres no Brasil.
A sociedade civil também está convidada para se somar à campanha. Mulheres podem participar postando sua foto e sua história profissional, com a #mulheresnainfra. Também é possível entrar no debate sobre infraestrutura para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres utilizando #infraparamulheres com informações sobre este tema.
Fonte: ONU