Mês: outubro 2020
Maria Inês Sugai é a Arquiteta e Urbanista do Ano de 2020. A premiação é concedida anualmente pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) a profissionais que se destacam por sua atuação voltada ao desenvolvimento da profissão e das cidades brasileiras. Graduada, mestre e doutora pela FAU-USP e com especializações em Desenvolvimento Urbano e Regional e em Utilização e Conservação em Recursos Naturais pela UFSC, a professora teve sua indicação defendida pelo Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Santa Catarina (SASC). Atualmente, Maria Inês Sugai é professora da graduação e pós-graduação da UFSC, autora de artigos e livros, entre eles o “Espaço e Desigualdade”. Também foi membro do Conselho de Cidades do Estado de Santa Catarina.
O Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano recebe indicações dos sindicatos filiados à FNA e de entidades do setor. A definição é tomada pelo Conselho Consultivo, formado pela atual presidente e pelos ex-presidentes da federação. De acordo com a arquiteta e urbanista Valeska Peres Pinto, ex-presidente da FNA e coordenadora do 15º Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano, a escolha dos laureados se baseia na relevância do trabalho sob o ponto de vista político, social, científico e tecnológico. Além do caráter da distinção de profissionais, a premiação fortalece a importância de se trabalhar cada vez mais pelo acesso da sociedade à arquitetura e urbanismo, em particular face aos desafios colocados pela pandemia para a população brasileira.
“A pandemia tornou visíveis as desigualdades em nossa sociedade, em particular nas cidades brasileiras. Face a isto, profissionais e entidades buscaram contribuir para minimizar os efeitos da Covid-19 sobre os diferentes segmentos da sociedade assim como identificaram pautas que deverão ser consideradas no período pós pandemia.” A comissão avaliadora deste ano foi formada pela presidente da FNA, Eleonora Mascia, e pelos ex-presidentes Newton Burmeister, Valeska Peres Pinto, Eduardo Bimbi, Ângelo Arruda, Jeferson Salazar e Cícero Alvarez.
A entrega do Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano será realizada no dia 4 de dezembro (sexta-feira), durante o 44º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetos e Urbanistas (ENSA). Em função da pandemia, a programação ocorrerá em formato virtual com a presença de profissionais de todas as regiões do Brasil.
Fonte: FNA
Programa SC Acessível promove capacitação on-line sobre acessibilidade para arquitetos
Treinamento abordará a NBR 9050/2020, que estabelece os parâmetros para a garantia de acessibilidade em edificações, mobiliários, espaços e equipamentos públicos
O Programa SC Acessível promove a partir do dia 15 de outubro um curso de Capacitação em Acessibilidade dirigido a arquitetos e urbanistas, engenheiros e outros profissionais ligados à temática. Formado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e outros 10 órgãos estaduais – entre eles, o CAU/SC – o programa realiza o curso para esclarecer questões técnicas ligadas à acessibilidade espacial, principalmente no que se refere à NBR 9050/2020.
A norma que estabelece os parâmetros para a garantia de acessibilidade em edificações, mobiliários, espaços e equipamentos públicos foi publicada no dia 3 de setembro e estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados no projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de acessibilidade. Saiba mais sobre a norma
O curso estava programado para acontecer de forma regionalizada, mas precisou ser adaptado em função da pandemia da Covid-19. A capacitação é dividida em módulos: nos dias 15, o tema é Legislação e conceitos; no dia 22, Acessibilidade no meio urbano e edificações e no dia 29, Acessibilidade em edificações históricas e usos especiais. As aulas serão transmitidas sempre das 9h às 11h pelo Canal do MPSC no Youtube. Quem desejar certificação, deverá se cadastrar no Ambiente Virtual de Aprendizagem do MPSC.
Sobre o SC Acessível
O Programa SC Acessível procura fortalecer a Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e assegurar o direito das pessoas com deficiência viverem de forma independente e participarem plenamente de todos os aspectos da vida. Idealizado pelo Ministério Público de Santa Catarina, tem o objetivo de traçar estratégias conjuntas para garantir a acessibilidade em espaços públicos e privados de uso coletivo e promover a conscientização da sociedade e do Poder Público sobre os direitos das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Além do CAU/SC, também participam do grupo o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, Tribunal de Contas do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Santa Catarina, Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Federação dos Municípios Catarinenses e União dos Vereadores de Santa Catarina.
Acessibilidade e o potencial da arquitetura
Especialista no tema, o arquiteto paulista Eduardo Ronchetti destaca o papel estratégico que os profissionais da arquitetura e urbanismo desempenham no desafio de tornar os ambientes acessíveis. “A hora de entender a importância da acessibilidade já passou. Agora, estamos em um momento ímpar para a aplicação da acessibilidade. Os profissionais de arquitetura e engenharia tem potencial para oferecer um legado para a sociedade no que diz respeito a este tema” afirmou o arquiteto, durante o debate Acessibilidade hoje e amanhã – Projetando cidades inclusivas para 2030, promovido pelo CAU/SC, através da Câmara Temática de Acessibilidade, no mês de setembro.
Assista:
Equipe catarinense projeta ferramentas urbanas para prevenção da Covid-19 em territórios vulneráveis
Uma equipe de arquitetos e arquitetas de Santa Catarina teve projeto selecionado no edital Ideatón – Volver a la calle, realização do Laboratório Cidades do Banco Interamericano de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe – BID com a incubadora Ciudades Comunes. A proposta dos profissionais, todos recém formados pela UFSC entre 2019 e 2020, é a criação de um Manual de ferramentas urbanas para prevenção da Covid-19.
O desafio da equipe era criar uma proposta inovadora que conjugasse a mudança do espaço público pela pandemia com conceitos de sustentabilidade (econômica, social, ambiental), baixo custo, que facilitasse a execução e que pudesse ser replicado em outros países latinoamericanos. A arquiteta Sofia Marterer, a engenheira de materiais Leticia Anselmo e os arquitetos Vinicius Mariot e Guilherme Bruno Tiefensee Cascaes propuseram um conjunto de ferramentas urbanas para comunidades vulneráveis. A partir de materiais simples, como estêncil, fita isolante, placa OSB e tinta, eles estruturaram adaptações e marcações capazes de ajudar a manter o distanciamento social e a higienização de espaços e equipamentos. A proposta prevê, por exemplo, maior espaçamento nos bancos de pontos de ônibus, adequações em brinquedos dos parquinhos infantis e instalação de pias para higienização de mãos e utensílios.
Tão importante quanto as soluções propostas para os espaços é a forma de execução das ideias: o projeto prevê o envolvimento da comunidade no maior número possível das etapas. “Mais do que oferecer as ferramentas para ajudar na prevenção da disseminação da Covid, queremos fortalecer e fomentar o engajamento comunitário para aumentar o protagonismo da comunidade. Assim, ela se apropria da intervenção, se fortalece desenvolve resiliência para esta e outras dificuldades”, conta o arquiteto Vinicius Mariot.
O projeto segue em período de incubação até o final de outubro, quando acontece a divulgação dos resultados finais. Até lá, a equipe realiza reuniões on-line para aprimorar a proposta antes de colocá-la em prática. A intenção é prototipar as ferramentas na comunidade da Serrinha, em Florianópolis. Depois disso, poderá ganhar outros territórios, inclusive fora do país. “A proposta é voltada para comunidades que têm deficiências históricas e, neste processo, estamos percebendo que temos mais em comum com outros países latinoamericanos do que imaginávamos”, afirma Vinícius.
Conheça a Equipe
Sofia Marterer: Arquiteta e Urbanista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2020. Atuante na área de Planejamento Urbano e Regional, com interesse em processos participativos e experiências autônomas.
Guilherme Bruno Tiefensee Cascaes: Arquiteto e Urbanista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2019. Atuante na área da Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social (ATHIS).
Leticia Anselmo: Engenheira de Materiais formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2019. Atuante na área de Engenharia de Materiais e Metalurgia do Pó, com foco em Tribologia de Materiais Compósitos Autolubrificantes.
Vinicius Mariot: Arquiteto e Urbanista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2019. Atuante na área de habitação social e planejamento urbano em escala de bairro.
Saiba mais sobre a convocatória Ideatón e sobre o projeto neste link
Circuito Urbano 2020 debate “Cidades Pós-Covid-19: Diálogos entre o Brasil e a África lusófona”
Em outubro, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU-Habitat) promove a terceira edição do Circuito Urbano, evento que marca o Mês das Cidades. Sob o tema “Cidades Pós-Covid-19: Diálogos entre o Brasil e a África lusófona”, a programação aborda as agendas globais de desenvolvimento urbano sustentável do Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, locais onde há escritórios da agência internacional.
A programação iniciou no Dia Mundial do Habitat (1º de outubro), com o debate “Habitação para todas e todos: um futuro urbano melhor”, e encerra com o Dia Mundial das Cidades (31), que debaterá o tema “Valorizando nossas comunidades e cidades”. Uma série de eventos, todos gratuitos e transmitidos no canal do evento no YouTube, integram a programação. Confira!
O CAU/SC também faz parte da agenda com o evento O papel dos Conselhos Profissionais no Fomento à ATHIS. O encontro apresentará boas práticas promovidas pelos CAU de diferentes estados na promoção da assistência técnica para habitação de interesse social pelo país. É a primeira etapa do Ciclo de Debates “ATHIS e o direito à cidade”, que prevê ainda outras duas atividades no mês de novembro. Aguarde!
As inscrições estão abertas neste link