Seleção de 03 (três) projetos que melhor atendam às condições estabelecidas neste edital, e que apresentem opções viáveis para a requalificação urbanística e/ou habitacional em área de habitação de interesse social, apresentando soluções viáveis e apropriadas à realidade social das comunidades catarinenses, em atendimento às demandas das áreas escolhidas pelo participante e que são consideradas como de interesse social pela legislação local ou pelos critérios do IBGE.

Melhores Projetos (por ordem de inscrição)

ID 235

Responsável técnico: Júlia de Fáveri

Equipe de projeto: Júlia de Fáveri, Roberta Krahe Edelweiss, Ricardo Socas Wiese, Guilherme França de Lima, Ana Paula Rossato Balke, Hamilton Binato Júnior, Giulia Haack Tavares, Ana Luíza Fontoura Cartana, Luiz Gonzaga Philippi, Lucas Burigo Bilessimo, Izabelle Leal de Godoi, Clara Bragança Boschiglia, Luiz Fernandes da Costa Neto

Sobre o projeto: Este projeto, desenvolvido por integrantes da primeira turma da Residência em Assistência Técnica da UFSC, apresenta uma proposta de conjunto habitacional de interesse social, urbanização e diretrizes para melhorias habitacionais na comunidade Frei Damião, localizada no bairro Brejaru em Palhoça, Santa Catarina. Com uma população de aproximadamente 14 mil habitantes, a comunidade é uma das maiores do estado. De modo geral, o bairro apresenta diversas precariedades, tanto urbanísticas quanto habitacionais. Do ponto de vista ambiental, a comunidade está situada entre dois rios, o que a torna suscetível a inundações e alagamentos.

A equipe escolheu trabalhar com um recorte espacial que estivesse dentro das diretrizes do concurso e que possibilitasse a relocação de famílias que residem nas áreas de maior risco sem afastá-las de seus locais atuais de moradia, trabalho e redes de apoio. Foi definida, então, uma área de dois hectares, situada na borda do Rio Imaruí, onde hoje funcionam empresas inadequadas ao zoneamento e onde a ocupação se aproxima cada vez mais do rio, causando danos ambientais e aumentando o risco para seus moradores.
Com o recorte espacial definido, foi proposta a relocação das empresas para um local adequado ao seu funcionamento, abrindo espaço para a construção de um conjunto habitacional. O conjunto é composto por 7 blocos habitacionais de 4 pavimentos cada, além de um centro comunitário, áreas de lazer, espaços para pequenos comércios, espaços coletivos de encontro, um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Com relação à borda do rio, foi proposto um parque linear para auxiliar na recuperação da mata ciliar e proporcionar áreas de esporte, cultura, lazer e convívio para a população local, evitando que novas ocupações se aproximem do rio.
Além das novas habitações e do parque linear também foram propostas diretrizes para melhorias habitacionais emergenciais nas moradias das famílias que não forem realocadas para o novo conjunto, visando a garantia de moradia digna para toda a comunidade.

ID 238: Vila Vitória

Responsável: parte arquitetura

Equipe de Projeto: Arq. Alice Moraes, Arq. Amanda Hentges Sehn, Arq. Eduardo Riemke e Acadêmico arq. Gustavo Benedetti Santiago.

Na cidade de Laguna, a Vila Vitória surgiu na década de 90 como um assentamento informal em uma área de aterro, enfrentando problemas urbanos e sociais. A área escolhida para o projeto representa a última remanescente desta comunidade após as sucessivas ocupações, em um lote conhecido como Terreno da Antena. O terreno onde propõe-se o loteamento foi retificado, resultando em uma área total de 11.532m². Além deste, o projeto abrange uma área verde de 4.152 m², atualmente ocupada por um campo de futebol, e as vias e passeios do entorno e de conexão com a lagoa.
A implantação do loteamento propõe 52 moradias e a requalificação dos espaços urbanos existentes, buscando promover a inclusão, o protagonismo social e a identidade da comunidade. A partir da abertura de vias de acessos, o lote foi conectado ao traçado urbano através de três vias mistas e uma via para pedestres. Ao longo da via principal, propõe-se uma área verde linear, denominada Dona Catarina, com áreas de lazer ativo e passivo. A área verde existente, batizada de Dona Custódia, contempla o Centro Comunitário Dona Julia e um centro de coleta de resíduos. O conceito de sustentabilidade também é trabalhado a partir da conexão com a cultura local, compreendendo as capacidades da comunidade e atendendo suas necessidades através de recursos e práticas disponíveis e acessíveis. Buscou-se respeitar ao máximo as características da região e reafirmar o caráter residencial da vila, consolidado desde sua origem.

Todas as moradias partem de uma tipologia embrião, de 55,00m², que permite diversos arranjos e pode facilmente ser adaptada, garantindo a acessibilidade universal e a flexibilização de acordo com o perfil familiar. Na definição da volumetria e da materialidade – alvenaria e telhado cerâmico – buscou-se uma arquitetura coerente e apropriada, de fácil execução e alinhada com a realidade local. Adotou-se como solução construtiva uma estrutura independente em concreto armado, com fechamentos em blocos cerâmicos. Além de ser uma técnica difundida e que faz uso de materiais acessíveis, essa permite fáceis adaptações. A planta de forma compacta, que evita recortes e reentrâncias, reduz a área de paredes externas, otimizando o uso de recursos e reduzindo as trocas térmicas com o ambiente. Os telhados cerâmicos com isolamento térmico, além de configurarem um pé direito amplo que atenua o desconforto por calor, protegem as fachadas e as esquadrias da chuva e do sol alto dos meses mais quentes..