Paisagismo

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Guia apresenta recomendações para planejamento de parques urbanos com perspectiva de gênero

Comunicação CAU/SC

O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e o Instituto Semeia lançaram nesta quinta-feira (21) a publicação Parques para Todas e Todos – Sugestões para a implantação de parques urbanos com perspectiva de gênero. O guia contém diretrizes e sugestões para arquitetar parques que atendam a necessidades de diferentes gêneros e foi apresentado durante uma live do Instituto. A elaboração do documento teve apoio do ONU Mulheres e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).

A cartilha se divide em três partes: “Perspectiva de Gênero” apresenta o conceito e expõe a necessidade de empregá-lo no planejamento urbano. Em “Recomendações para Parques Urbanos“, há orientações que abordam desde a contratação de empresas para execução das obras e planejamento até a linguagem em campanhas. E por fim, “Recomendações para parcerias com a iniciativa privada” aconselha a respeito das oportunidades de debater gênero na formação de contratos.

O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) é um organismo operacional das Nações Unidas que busca auxiliar na prestação de assistência humanitária, além das intervenções em favor da paz e segurança. O Instituto Semeia é uma organização brasileira que tem como objetivo desenvolver projetos que se atentem às conservações ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos.

.:.Faça download do documento aqui.:.


Comunicação CAU/SC

Dois projetos que privilegiam o pedestre renderam reconhecimento do 10º Prêmio AsBEA de Arquitetura ao escritório JA8 Arquitetura e Paisagem, de Florianópolis. O projeto do Parque Linear do Córrego Grande foi contemplado na categoria “Obras Edificadas” e o projeto de Humanização da Rua Bocaiúva recebeu menção honrosa na categoria “Obras Não Edificadas”, que ainda não foram implementadas. O prêmio da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura destaca os projetos arquitetônicos brasileiros e valoriza a criatividade e a inovação dos arquitetos do país.

O projeto do Parque Linear do Córrego Grande é assinado pelas  sócias do JA8 Arquitetura e Paisagem,  Juliana Castro e Clarice Wolowski e pelo professor e arquiteto, Cesar Floriano. O equipamento premiado integra um conjunto de ações desenvolvidas como parte de um projeto de extensão do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC após Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com construtoras proprietárias da área e está localizado na área conhecida como Fazendinha, no bairro Córrego Grande.

Trata-se de uma praça onde se destaca o desenho arquitetônico de uma ponte que liga dois pontos da comunidade separados por um curso d’água dentro de uma área de preservação permanente. “A ponte tem um desenho forte que pulsa como arte pública e é também um lugar de encontro”, explica o professor Cesar Floriano.  “É uma inserção de baixo impacto dentro de uma APP e que privilegia o trânsito de pedestres e ciclistas”, completa a arquiteta Juliana Castro.

O Parque Linear do Córrego Grande é dividido em três áreas: Sertão do Córrego Grande (Poção), Fazendinha e Parque São Jorge. “O conceito do parque linear é muito importante e pode servir de referencia para outras áreas da cidade que poderiam ser destinadas ao uso das pessoas”, afirma o professor Cesar Floriano.

Rua Bocaiúva, centro da capital | Foto: Ana Araujo/CAU

A menção honrosa para o projeto de humanização da Rua Bocaiúva também reconhece a valorização dos espaços para pedestres. Financiado pelo Sebrae e aprovado pela Prefeitura de Florianópolis, o projeto prevê medidas como a ampliação dos passeios, a instalação de equipamentos de permanência e o desenho de uma ciclofaixa compartilhada com pedestres. A pista dupla para os veículos foi mantida, com redesenho das caixas. A expectativa é que o projeto seja realizado no próximo ano.

Para Juliana, o reconhecimento dos projetos que prestigiam as pessoas dentro do espaço urbano consolida uma tendência arquitetônica. “A arquitetura que considera a escala humana é uma premissa que compactua com a perspectiva contemporânea da cidade e estamos participando da iniciação desta tendência”, afirma a arquiteta.


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Como a vegetação urbana ajuda a economizar na conta de luz

Aloha Boeck
TheCityFix Brasil

A importância das árvores ganha cada vez mais espaço na pauta das cidades. Além de essenciais para o combate às mudanças climáticas e para o visual do ambiente urbano, proporcionam conforto para as pessoas com suas sombras, amenizando o efeito das altas temperaturas. Ainda assim, há quem ache que cortá-las é o caminho para aumentar as áreas de construção e desenvolvimento.

Mas e se vantagens econômicas forem somadas às vantagens ambientais? Uma pesquisa realizada por cientistas do Serviço Florestal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA Forest Service) mostra que as árvores também ajudam a economizar o consumo de energia nos edifícios, o que reflete diretamente nas contas de luz.

Os dados mostram que as casas dos Estados Unidos gastam estimados 10,18 bilhões de Btus, sendo 47,7% dessa energia proveniente de aquecedores e aparelhos de ar-condicionado. “Esse consumo de energia não apenas tem custos monetários substanciais para os residentes, mas também gera custos associados às emissões de poluentes atmosféricos provenientes da produção de energia”, diz o estudo.

Nesse sentido, não é surpreendente como as árvores podem ajudar na economia: produzem sombra, bloqueiam ventos e reduzem as temperaturas através da evaporação da água das folhas (transpiração e arrefecimento). Com isso, durante o verão, é reduzida a necessidade de condicionamento de ar. No entanto, durante o inverno, essa mesma sombra deixa o ambiente mais frio e incentiva as pessoas a ligarem os aquecedores.

Essa questão foi levada em conta pelos pesquisadores, que consideraram onde as árvores estavam localizadas em relação à luz do sol e à velocidade do vento, e o quanto de suas folhas caíam durante o outono e o inverno. Também foram combinados dados de campo com mapas locais para chegar a uma estimativa nacional.

O resultado estimado é que as árvores nos EUA ajudam a economizar cerca de US$ 7,8 bilhões ao reduzir os custos de energia a cada ano, e cerca de US$ 3,9 bilhões anuais com a redução de emissões. De acordo com a pesquisa, focar o plantio de árvores em áreas com maiores densidades populacionais, mesmo sendo apenas 3,6% de toda a área do país, já levaria a uma grande economia.

Ou seja, a solução não é sair plantando em qualquer lugar, mas pensar no tamanho, na espécie e na direção que a árvore vai ser colocada. Por exemplo, a pesquisa explica que “embora os resultados variem de acordo com a zona climática, em geral, grandes árvores no lado oeste dos edifícios fornecem a maior redução média no consumo de energia de refrigeração, enquanto grandes árvores no lado sul tendem a levar a um aumento ainda maior no uso de energia durante o inverno”.

Economia no transporte

Outra forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e gerar economia é investindo no transporte ativo, pensando no desenvolvimento das cidades de forma que o ambiente seja propício para deslocamentos a pé, por exemplo. E um dos oito princípios da calçada, defendidos pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis, é ter um espaço atraente, que pode ser aprimorado com a vegetação. A árvores que gera sombra e se mostrou eficiente para a economia na pesquisa americana, também proporciona conforto e protege os pedestres do tráfego de veículos, reduz o risco de inundações, valoriza as propriedades e cria estética positiva para o comércio .

Uma análise foi realizada na cidade de Maceió, Alagoas, com o objetivo de identificar a importância da vegetação na redução do consumo energético, e evidenciou o efeito amenizador da temperatura do ar proporcionado, reduzindo os valores sobretudo nos horários entre 9h e 15h. As áreas arborizadas também apresentaram um aquecimento mais lento.

As árvores, portanto, passam a contribuir com a saúde das pessoas tanto no aspecto físico, a partir de um ar mais puro e mais conforto para caminhadas, quanto no financeiro, ao contribuir para reduzir a conta de luz. Resta encontrar formas de melhorar a vegetação das áreas urbanas, incluindo essa preocupação desde o princípio do planejamento.