Em palestra, colombiano Mario Gómez enfatiza importância de concursos públicos de arquitetura e urbanismo para qualificação de espaços

O profissional participou de uma palestra durante o 4º Encontro Anual do CAU/SC - Escola | Profissão | Cidade

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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina recebeu, na noite da sexta-feira (9), o premiado arquiteto e urbanista colombiano Mario Fernando Camargo Gómez, do COLECTIVO 720. O profissional participou de uma palestra durante o 4º Encontro Anual do CAU/SC – Escola | Profissão | Cidade. O evento aconteceu no Museu da Escola Catarinense, em Florianópolis.

No encontro, o colombiano falou sobre concursos públicos como forma de planejar as cidades, os desafios de trabalhar em projetos a fim de recuperar e qualificar políticas públicas e compartilhou experiências e informações sobre os trabalhos desenvolvidos. “Nós somos atores ativos de concurso públicos de arquitetura por entender que os concursos são recursos democráticos que permitem selecionar, não pelo histórico profissional do arquiteto, mas pela qualidade do projeto”, afirmou.

Para Gomez, pensar as cidades através dos concursos tem feito com que a Colômbia projete melhor seu futuro e garanta políticas e espaços públicos bem elaborados.”Hoje em dia, a Colômbia é o principal país da América Latina que desenvolve e executa projetos provenientes de concursos”, salientou.

O arquiteto e urbanista ainda ressaltou que esse método de trabalho permite uma formulação mais completa e estratégica com a inclusão de profissionais de diferentes setores de atuação. “Pensamos arquitetura de uma maneira multidisciplinar, plural e por isso, na maioria dos casos acompanhamos o projeto desde as fases de engenharia estrutural e engenharia mecânica para que possam ser executados de maneira mais completa”, relatou.

Durante apresentação, Gómez destacou alguns procedimentos de pesquisa que colaboram na construção de cada proposta e apontou alguns desafios encontrados. Nos trabalhos citados, ele lembrou a exposição ‘Colônia Infância – O reino da arte para explorar os sentidos’, uma iniciativa que se propôs a levar a primeira infância aos espaços de museografia e que ele afirma ter um grande valor sentimental à equipe. O projeto foi o vencedor da XXV Bienal Colombiana de Arquitetura e Urbanismo.

“Trabalhamos com um grupo multidisciplinar com escolas, Universidade del Valle, Museu La Tertúlia e grupos de arte. Precisávamos pensar na arte sem barreiras e colocá-las na altura das crianças”, recordou. Segundo ele, assim o projeto demonstrou a importância de se colocar no lugar do público-alvo para que o projeto seja bem-sucedido. “O maior desafio era pensarmos como crianças e associamos isso à técnica de elencar verbos, método que usamos em vários outros projetos”, ponderou.

Para encerrar, Gomez ainda falou sobre o famoso projeto de recuperação do Centro Cívico de Medelín. O COLECTIVO 720 também foi o escolhido para propor e realizar as melhorias e consolidar uma principal área central metropolitana no Valle de Aburrá.Desenvolvido em 2014, o concurso tinha como objetivo criar e apoiar novas propostas elaboradas por arquitetos que permitissem fazer do centro da cidade um espaço mais equitativo. “A proposta buscou estabelecer relações urbanas, ambientais e sociais, partindo do seu reconhecimento para gerar sinergias entre eles. Assim entendemos o território e suas transversalidades como base fundamental, a fim de articular a mobilidade urbana e ambiental, aperfeiçoar a ocupação do solo e fomentar a construção de uma cultura da paisagem”, finalizou.


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