Exposição “Arquitetura da Madeira” reúne registros fotográficos patrimônio cultural de Lages
A exposição Arquitetura da madeira: um olhar sobre o patrimônio cultural lageano reúne registros fotográficos realizados pelo acadêmico de Arquitetura e Urbanismo Rafael Krahl, que convidam o espectador a refletir sobre o que valorizamos como patrimônio arquitetônico.
Através do olhar sensível e observador do artista, aliado à experiência de coleta e troca de informações com a população local, o conteúdo exposto é uma ação inédita de registrar a arquitetura popular da cidade de Lages, caracterizada pelo sistema construtivo de madeira, sob o entendimento que esses exemplares de diversos períodos, mas principalmente remanescentes do ciclo da madeira (1930-1960), constituem o patrimônio cultural da região.
A ideia
A exposição surgiu em meados de 2016, a partir de uma atividade acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACVEST no município de Lages – SC, onde no momento Krahl cursava a disciplina Técnicas Retrospectivas, ministrada pela professora Lilian Fabre.
O desafio proposto pela disciplina era de o aluno selecionar um bem cultural que, na visão dele, se configurasse como patrimônio cultural local, justificar a atribuição de valor e finalmente realizar uma ação prática que promovesse a valorização e preservação daquele bem cultural.
Por parte do acadêmico surgiu a proposta de selecionar a arquitetura de madeira, devido a seus valores históricos e arquitetônicos mas, principalmente, os valores simbólicos, já que é um dos elementos materiais formadores da identidade e memória coletiva da população da região da Serra Catarinense. Infelizmente, não há na cidade nenhuma ação de preservação ou valorização da arquitetura de madeira, nem de exemplares individuais nem em conjunto, tampouco uma continuidade na atualidade de construção de habitação com esse sistema construtivo.
Segundo a análise e percepção do acadêmico, um dos fatores que acarretam nessa desvalorização é a invisibilidade desse conjunto arquitetônico na cidade como um todo, e foi para rebater essa situação que Krahl se propôs a retratar tais exemplares a partir de sua câmera fotográfica e de expor com o mesmo entusiasmo que vemos cotidianamente exposições do patrimônio arquitetônico consagrado.