Sucesso para gestão de negócios de arquitetura depende de qualificação
Nestes tempos de busca por mais rentabilidade e até sobrevivência, os arquitetos estão preocupados em mudar para serem mais competitivos e vender melhor. A regra é agir com ética, criar diferenciação com preço justo e definir perfeitamente o escopo de entregas. Porém, neste cenário, muitos arquitetos ainda têm problemas na gestão do seu negócio. Os maiores problemas estão no gerenciamento de pessoas – sejam estas equipes, parceiros ou mesmo os clientes – seguido da gestão financeira e marketing na web.
Arquitetos estão buscando competitividade em diversas frentes para a gestão do seu negócio. Encontram nas competências de diferentes parceiros, formas de alianças estratégicas entre escritórios com habilidades complementares. Todas as estratégias não são exatamente novas, sempre aconteceram, mas é cada dia mais evidente a necessidade de ser competentes na gestão do seu negócio de forma a não perder oportunidades e estar preparado para o crescimento quando este for iminente.
Mas, o que destaca um arquiteto de sucesso é na verdade a atenção à diferenciação na oferta, às necessidades dos consumidores, à experiência que proporcionam para seus clientes. Para isso precisam saber motivar pessoas, gerir projetos de forma planejada e individual, criar processos construtivos de trabalho, aonde é possível criar, aprender, remunerar e entregar o que se promete.
O desafio é fazer tudo isto sem falir, e, é nesse momento que é preciso saber o que fazer na gestão do seu negócio.
As novas tendências estão em todo o lugar e podem ser ameaças ou grandes oportunidades para arquitetos.Novos materiais tecnológicos aplicados em estruturas da construção civil ou interiores, a realidade virtual, impressora 3D, novos conceitos de vida praticados pelos consumidores, novos modelos familiares, a tecnologia da comunicação ultrapassando as fronteiras do computador e do celular. Tudo pode se traduzir em esforços para agregar valor aos Arquitetos. A tendência é sim mundial, ainda que cada país ou região exija respeito pelas questões culturais e sociais. Arquitetos lidam com espaços, sonhos e desejos de consumo, de vivência destes espaços. Sobretudo lidam com pessoas. Cada vez mais estão se dando conta do que é essencial para a gestão do seu negócio.
Os tempos são controversos. Ao mesmo tempo em que existe uma oferta para tudo e todos, existe restrições nestas ofertas, sobretudo em qualidade de prestação de serviços. Imagine que, ao ofertar um serviço qualquer, todo mundo lhe procurasse para comprar aquilo que você está vendendo. Rapidamente você concentraria esforços em expandir, em vender mais.
O problema é o que isso acontece com muitos mercados que são criados da noite para o dia e consequentemente desaparecem da mesma forma. Quando existem super demandas é preciso ter muita maturidade empresarial para manter a qualidade esperada. Quase sempre esta qualidade é comprometida. É então que nascem concorrentes mais aptos para atender aquele mercado.
Atualmente, tudo é muito segmentado, muito analisado e preparado para se gerar valor antes de entrar num mercado consumidor. Isto ocorre porque o mercado de massa é cada vez restrito e inatingível para micro e pequenos negócios. É preciso segmentar e atender com foco.
Os negócios percebem a hora de se reinventar simplesmente quando prestam atenção ao seu cliente. Quando prestam atenção em no consumidor-alvo do seu negócio e relacionam estas expectativas com o seu resultado.
A hora certa de buscar inovação é quando a empresa se permite ter um salto de maturidade.
Daí a coisa toda acontece com sinergia, com engajamento para a mudança. Por exemplo, uma empresa embrionária, que está desenvolvendo um software de projetos arquitetônicos em 3D, precisa ter um feedback constante sobre a usabilidade do seu produto junto ao seu público-alvo, do contrário não poderá entregar um produto que atenda as expectativas dos arquitetos que serão seus consumidores. É preciso ter este foco desde o início.
Independente do seu momento de ciclo de vida e foco, as empresas estão vivendo diferentes dramas com a crise econômica Brasileira. Na arquitetura, muitos arquitetos nos procuram preocupados em sobreviver, em não perder o espaço que conquistarem com tanto sacrifício até aqui, estão mais preocupados em ter clientes de qualidade do que mais volume de clientes… Muitos diminuíram suas estruturas de atendimento, desfizeram sociedade e agora querem gerenciar sozinhos o seu negócio.
Mas, costumamos dizer para eles que tomem muito cuidado. Àqueles que não pensam em crescer podem, em longo prazo, desaparecer do mercado. É preciso se reinventar com união e parceria.
Normalmente os empresários não buscam uma mudança significativa em seus modelos de negócios por causa do risco que envolve esta operação. É fácil se confundir, apostar na estratégia errada e falir! Este é o maior medo de quem sabe que precisa mudar. Por outro lado, só muda o modelo de gestão de negócio o empresário que, evidentemente, sabe que o modelo atual não serve mais, pois as vendas caíram e os custos não suportam a operação.
Este é talvez, o grande fenômeno que tem obrigado milhares de pessoas a serem empreendedores, ou pelo menos tentar ser. Veja, é abissal a diferença entre um empresário e um empreendedor. Basicamente, enquanto o primeiro busca eficiência, manutenção e crescimento, o segundo busca criar valor, mudar para ser melhor, um propósito. O empresário quer segurança e enfrenta o risco, o empreendedor busca o risco e tenta fazer isso com o máximo de retorno (financeiro, de satisfação pessoal) que lhe é permitido. São princípios diferentes. Por isso que o empreendedorismo está tão em alta, sobretudo porque gera engajamento de quem empreende.
A grande massa de arquitetos atua sozinho em sua profissão, muitos tem até dois sócios. Poucos crescem além disso. Dados da pesquisa sobre o perfil dos arquitetos, publicada pelo CAU em 2012, mostram este cenário e que estes profissionais estão buscando sim se capacitar para serem mais competitivos. Como não têm capacidade financeira para contratar outros profissionais, estão buscando alternativas com alianças estratégicas com outros profissionais ou escritórios que o ajudem a exercer a multidisciplinaridade.
Isto envolve o uso de softwares específicos, de serviços especializados, de tecnologias inovadoras, de propostas mais sociais e ambientais… quase tudo exige novas competências que vão além do que é ensinado na faculdade e experimentado no mercado de trabalho quando se inicia a carreira.
Os profissionais estão buscando cursos e capacitações que agreguem valor ao que fazem, complementem o seu negócio e gerem competitividade. Tudo isso é investimento.
Não existe um modelo de gestão ideal, sobretudo para quem já tem uma fórmula que funciona, ainda que não plenamente. Os arquitetos devem respeitar seus espaços e sua forma de trabalho, mudar naquilo que facilitará a sua vida profissional e poderá trazer resultados. A linha entre o que se deve fazer e o que se pode fazer é muito tênue… muitas vezes as mudanças podem ser traumáticas pois não foram bem pensadas, não se planejou direito.
Cada vez mais os gurus de mercado, os especialistas e cientistas políticos estão apontando para mudanças expressivas e profundas nas formas de se fazer negócios, de se relacionar profissionalmente. Resumidamente, a Internet não pode ser ignorada para nenhuma profissão. Aquilo que ainda é inteiramente analógico, pessoal e off-line sumariamente passará a ser em maior ou menor grau, também on-line. Para os arquitetos vejo que é preciso união, coesão na oferta e a ajuda de entidades e profissionais que tentem entender quais as melhores relações, práticas, métodos e formas de relacionamento entre pares, clientes e fornecedores para criar um atendimento on-line com mais e melhores propostas de valor agregadas ao seu trabalho, a sua entrega. Esta modelagem não está formada, não é estanque, pelo contrário, precisa ser muito discutida para não ser tão traumática.