Planejar é preciso: o futuro de nossa cidade
Em pleno século XXI, o debate sobre a importância dos planos diretores municipais sobrevive principalmente em função das disputas pelo mercado imobiliário.
Em um mundo cada vez mais urbano e altamente tecnológico, onde rápidas mudanças paradigmáticas alteram o comportamento da sociedade, continuamos a disputar espaços desiguais em busca da predominância de ideologias e de costumes. A cidade tradicional, que não se reinventa, se consolida como o locus do exercício do poder, em todos os níveis.
Nunca um plano foi tão discutido como o PD de Florianópolis. Mais de uma década de idas e vindas, de versões e de fatos, de decisões e indecisões em que muitas perguntas ainda continuam sem respostas. Um processo que, infelizmente, se encontra judicializado, com pouca transparência, sem condução técnica e sem rumo claramente definido.
Diante desse quadro, arquitetos e urbanistas questionam: será que somos capazes de conduzir o futuro de nossas cidades ou estamos sendo conduzidos?
Nossa categoria busca contribuir na construção de um plano diretor representativo, participativo, com razoabilidade e coerência técnica. Não confundir com tecnicismo puro e simplista de muitos planos, fórmula que já se demonstrou ineficaz levando à preocupante constatação de muitos PDs que sequer saíram das gavetas.
Gosto muito de uma frase de David Harvey em que o principal no planejamento é você ter “ideias para suscitar ideias”.É consenso que o espaço urbano deve ser articulado através de um pacto social e territorial pensado e acompanhado de ideias e projetos que se articulem. Defendemos que o futuro das cidades deva ser visto sob a ótica da (co)responsabilidade.
Segundo Carlos Matus, um defensor do planejamento estratégico, “negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceitá-lo seja qual ele for”.